Para sua surpresa, “o mercado não desacelerou”.
As vendas líquidas da MRV atingiram um recorde no segundo semestre, um aumento de 8,4% em relação aos três primeiros meses do ano, um “forte” desempenho, segundo Menin.
O sucesso da MRV durante a crise está ligado a um fator que acaba sendo subestimado em meio à queda da economia brasileira. Depois de muita luta, o país finalmente conseguiu reduzir taxas de juros a níveis historicamente baixos sem provocar inflação. O atual nível, 2,25%, era impensável anos atrás.
São os juros no chão que estão alimentando o crescimento da demanda pelos imóveis da MRV, levando a fortuna de Menin para cerca de US$ 1,4 bilhão, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Nos últimos anos, ele tem usado seus recursos crescentes para expandir seu império, que agora inclui logística, fintechs, a versão brasileira da CNN e até futebol.
Em março, quando ficou clara a gravidade da crise, Menin se preparou para o pior. Conforme a pandemia se espalhava, a MRV adiou lançamentos e, embora tenha segurado a demissão de funcionários por 60 dias, Menin não tinha certeza do que faria depois. Na LOG Commercial Properties & Participações, operadora de uma rede de galpões logísticos, Menin ficou em dúvida se o plano de investimento de quatro anos, no qual previa fornecer 1 milhão de metros quadrados de espaço de armazenamento até 2024, “parava de pé.”
Agora, a MRV já retomou algumas obras e vem observando baixos distratos e vendas em alta. Na LOG, a situação está até um pouco melhor do que antes, com a demanda das vendas digitais aquecendo o mercado de galpões. Nas duas empresas, Menin diz estar fazendo “contratações discretas”, sem demissões.
“Algumas empresas menores não vão voltar mais”, disse ele. Mas “quando a crise da saúde terminar, acho que haverá uma volta mais acentuada do que muitos estão esperando”.
Até a incursão da MRV no mercado imobiliário americano está se saindo melhor do que Menin esperava no início da pandemia. A MRV comprou neste ano uma empresa que o próprio Menin criou nos EUA, AHS Residential, para competir no mercado americano de moradias populares.
Fonte:De galpões a futebol, império de Menin cresce na pandemia ‹ Exame ‹ Reader — WordPress.com
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